Nesta apresentação conversaremos sobre um caminho de pesquisa e ação quem vem amadurecendo e
ganhando novos capítulos nos últimos meses. Entre 2014 e 2016, o projeto Jovem Hacker, realizado
em múltiplas edições no estado de São Paulo (Brasil) buscou contribuir para o protagonismo juvenil
através das tecnologias (Amiel et al., 2015). De 2017 à 2023, o projeto Conexão Escola-Mundo:práticas inovadoras para a formação cidadã, integrou-se em duas escolas brasileiras (em Salvador-
BA e Florianópolis-SC), propondo junto aos educadores, pesquisadores e estudantes, a experiência
da educação em direitos humanos na perspectiva hacker, ou seja, estruturando-se em elementos
como curiosidade, criatividade, partilha aberta, construção colaborativa, postura crítica e outras
características da relação sociodigital que as comunidades hacker apresentam (Pretto; Lapa, 2024). Nesta pesquisa que contou com importante aprofundamento no ecossistema educativo de comunidades hacker em todos continentes, foi possível compreender elementos da educação hacker e como suas experiências contribuem para o empoderamento de pessoas e comunidades.
Em um momento global onde a tecnocultura está ainda mais centrada no consumo de mercadorias digitais e o desenvolvimento de tecnologias livres e comunitárias tem se tornado um desafio ainda maior, temos proposto a protipação de infraestruturas federadas e livres como forma de construção da soberania digital de nossos países combinada com a articulação transnacional que os protocolos federados possibilitam. Essa apresentação é ao mesmo tempo uma partilha de um percurso de aproximadamente 20 anos e um convite para estreitarmos laços de ações, pesquisas, acolhimento e coconstrução de futuros sociodigitais mais comunitários e livres.